domingo, 30 de março de 2014

Um novo e perigoso estimulante

Um novo e perigoso estimulante líquido está conquistando usuários por todo o mundo. Trata-se da nicotina líquida, usada para recarregar os cigarros eletrônicos.
Extraída do tabaco, a nicotina líquida é misturada a sabores artificiais e aromas através de processos químicos para alimentar a crescente demanda do mercado. O problema é que assim como os cigarros eletrônicos, a nicotina líquida não passa por nenhum processo de regulamentação.
Vendida em pequenos frascos, garrafas e até barris, a nicotina líquida é uma neurotoxina poderosa. Pequenas doses ingeridas ou absorvidas pela pele podem causar vômito, tontura e até a morte. Uma colher de chá, mesmo altamente diluída, pode matar uma criança pequena.
As evidências dos riscos potenciais que a nicotina líquida oferece já começaram a aparecer. Toxicologistas afirmam que crianças pequenas estão mais expostas ao risco, pois podem ser atraídas pela cor e aroma dessas substâncias. “Não é uma questão de saber ‘se’ uma criança vai passar por isso, mas sim ‘quando’”, diz Lee Cantrell, professor de Farmácia da Universidade da Califórnia, EUA.
Casos de envenenamento acidental já foram reportados nos EUA, especialmente entre crianças. Uma morte também foi registrada no país, quando uma pessoa cometeu suicídio injetando a substância. Em todo o país, casos menos graves de envenenamento acidental saltaram nos últimos dois anos. Em 2013, foram registrados 1.351 casos, um salto de 300% em relação ao ano anterior.
Para Cynthia Cabrera, da Smoke Free Alternatives Trade Association, o grande problema é a falta de regulamentação da substância. Segundo ela, isso permitiria medidas como a criação de recipientes seguros e aumentaria a fiscalização no processo de produção. Mas ela também alerta que pais usuários de cigarros eletrônicos devem ser mais cuidadosos. “Ninguém deixa uma garrafa de alvejante ao alcance de crianças”, diz Cynthia.

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