terça-feira, 12 de abril de 2016

Lula monossilábico


O ex-presidente Lula abriu as portas do Instituto Lula para uma entrevista particular com o jornalista americano radicado no Brasil Glenn Greenwald, que ganhou fama por ter sido o primeiro a revelar o escândalo de espionagem envolvendo a NSA e o ex-espião dos EUA Edward Snowden. A entrevista foi publicada em português e inglês no site de jornalismo investigativo de Greenwald, The Intercept.
“Discutimos sobre vários aspectos do escândalo de corrupção, da campanha pró-impeachment, das acusações contra ele, sobre o futuro dele e do PT na política e o papel da mídia dominante de direita no Brasil como incitadora de uma mudança no governo”, escreve Greenwald.
O jornalista não esconde a sua admiração pelo ex-presidente e a entrevista começa com muita bajulação. Ele inicia o texto descrevendo Lula como “um dos maiores estadistas da história moderna” e compara seu legado ao de Tony Blair e Bill Clinton.
Greenwald aposta no retorno de Lula à política, seja concorrendo à presidência em 2018 ou até antes, em caso de impeachment ou renúncia da presidente e seu vice, Michel Temer. “Nenhuma pessoa que tenha acompanhado a carreira política de Lula – incluindo aqueles que querem vê-lo preso – pode descartar a possibilidade de que ele seja presidente do Brasil mais uma vez”, escreve.
Mas o jornalistas também faz perguntas importantes, questionando, por exemplo, como um processo de impeachment conduzido de acordo com as normas constitucionais poderia ser chamado de golpe e lembrando que o PT pediu o impeachment dos três presidentes anteriores à presidência de Lula (Resposta: “A Câmara nem aceitou, portanto morreu ali mesmo, né?”).
Mas o trecho que salta aos olhos é a resposta monossilábica de Lula a uma pergunta que, de fato, já disse tudo que Lula pensa e repete frequentemente. Pelo jeito, Lula, que geralmente não poupa ou mede palavras, não tinha nada a acrescentar à pergunta do companheiro Greenwald:




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