terça-feira, 3 de setembro de 2013

Espionagem americana: o que o Brasil pretende fazer?

Apesar de autoridades brasileiras terem expressado indignação com as revelações de que a Agência de Segurança Nacional americana espionou a presidente Dilma Rousseff, até agora nenhum funcionário do alto escalão chegou a dizer que a visita da presidente aos EUA, marcada para outubro, corre o risco de ser cancelada.
O governo brasileiro, entretanto, está tomando algumas medidas concretas para se proteger da espionagem que vão além da retórica de condenações verbais. O general brasileiro Sinclair Mayer, por exemplo, que dirige o Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, contou a parlamentares detalhes sobre um plano para construir cabos de internet submarinos ligando o Brasil à Europa e à África, em um esforço para redirecionar o tráfego da internet que hoje atravessa os Estados Unidos.
O Brasil também disse em agosto que tinha escolhido uma parceria entre duas empresas europeias para construir um satélite para uso militar e civil, numa tentativa de garantir a soberania de comunicações importantes e evitar a bisbilhotice dos EUA. O governo pediu, ainda, aos serviços postais do país para desenvolver um sistema de e-mail nacional que permita aos usuários trocar mensagens criptografadas gratuitamente. O novo sistema, previsto para entrar em operação em 2014, tem a pretensão de ser uma alternativa aos serviços americanos, como Gmail e Hotmail.
Apesar de todo o alvoroço que a espionagem provocou no governo, é improvável que a presidente cancele sua visita aos EUA em outubro. A visita é tida como uma oportunidade para Brasil e EUA aprofundarem a cooperação comercial, com grandes benefícios para o Brasil. O início de negociações sérias sobre um tratado fiscal, por exemplo, o que impediria a dupla tributação de investimentos e bens, é visto nos EUA como uma das prioridades da visita de outubro.
O Brasil é a sétima maior economia do mundo, mas é a única das dez maiores com a qual os EUA não tem um tratado tributário para evitar a dupla cobrança de impostos. Hoje, o Brasil é o nono maior parceiro comercial dos Estados Unidos.
Fonte-opinião


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