segunda-feira, 27 de julho de 2009

Em dois anos, brasileiro poderá usar celular para pagar compras, prevê especialista

Os brasileiros que já usaram muito o cheque e hoje preferem os cartões como forma de pagamento vão passar a utilizar, daqui a um ou dois anos, o celular para fazer compras, prevê o consultor em finanças e professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) Marcos Crivelaro.

Atualmente, observa Crivelaro, bancos já oferecem aos clientes a possibilidade de acessar pelo celular o internet banking para verificar extrato da conta, saldo de poupança, pagar boletos e transferir valores, entre outros serviços. Pela internet também é possível usar sistemas de pagamento oferecidos por empresas especializadas que fazem intermediação entre clientes e fornecedores. Por esse sistema, explica o consultor técnico em tecnologia e professor de redes de computadores da Faculdade Módulo Ricardo França, o lojista ou prestador de serviço não precisa ter um contrato com cada bandeira de cartão de crédito, mas com essas empresas.

"Eventualmente, uma venda deixa de ser feita porque o cliente não tem uma bandeira. Se os fornecedores aderirem a essa tecnologia, facilita o relacionamento. Geralmente, a empresa cobra um percentual com qualquer bandeira de cartão de crédito e o custo é um pouco mais elevado", afirma França.

Mas a expectativa, segundo Crivelaro, é que os consumidores possam pagar compras por meio do celular, em substituição ao cartão físico. Por esse sistema, é enviada uma mensagem para o celular do usuário com uma senha válida para a compra desejada. A senha é informada e a compra vem na fatura do cartão.

França lembra que o brasileiro é "um grande consumidor de tecnologia celular". As estatísticas, assinala, mostram que os brasileiros trocam o celular, em média, uma vez por ano. "O celular pode se tornar uma forma mais fácil de efetuar o pagamento tanto pela mobilidade quanto pela modernidade."

Segundo França, o uso do celular é uma forma segura para as transações, porque não armazena informações sigilosas. "A priori, o celular não armazena senhas. É difícil um celular se infectado por vírus, que captam informações, como ocorre com os computadores. Por existir uma quantidade menor de risco, é uma forma segura de fazer pagamentos e outras transações", comenta.

França acrescenta que as instituições financeiras investem em sistemas para reduzir os riscos não só para da internet pelo celular como via computador. "Não existe nada 100% seguro, mas há um investimento grande em tecnologia de segurança".

A técnica da Fundação Procon de São Paulo Renata Reis afirma que na mesma medida em que as empresas estão buscando medidas para tornar o sistema mais seguro, os fraudadores tentam se aperfeiçoar. Mas ela ressalta que as instituições financeiras são responsáveis por prejuízos em caso de fraude. "O consumidor nunca vai poder pagar a conta por isso. É um risco do negócio quando a empresa oferece ao consumidor esses meios de pagamentos."

Renata ressalta que o consumidor deve verificar os mecanismos de segurança disponíveis antes de escolher um meio de pagamento eletrônico. "É preciso observar todas as orientações passadas pela empresa para que, caso ocorra algum problema, ela não possa alegar que não foram seguidas as orientações."

Segundo a técnica do Procon, essa atenção torna-se cada vez mais relevante por causa do aumento do uso dos meios eletrônico. Segundo dados do Banco Central, entre 2005 e 2008, a quantidade de cheques emitidos caiu 23%, enquanto que o uso dos cartões de débito cresceu 84% e de crédito de 65%.

Leia mais aqui

Nenhum comentário: