segunda-feira, 27 de abril de 2009

O linfoma de Dilma

Ninguém pensa noutra coisa desde sábado, quando a notícia ganhou as ruas. A descoberta do câncer no sistema linfático da ministra Dilma Rousseff (PT) acrescentou um componente dramático a esta fase de pré-campanha à sucessão do presidente Lula em 2010. Na verdade, aturdiu quase todos, líderes e analistas políticos do país. O que ocorrerá nos próximos quatro meses, quando Dilma passará por sessões de quimioterapia? E depois? Ela terá condições de manter a candidatura, que vem crescendo, ganhando musculatura e aglutinando apoios em toda a base do governo? Como não há o que fazer em relação à doença a não ser esperar, políticos e jornalistas iniciaram imediatamente as especulações sobre o que pode ocorrer, caso a ministra deixe a disputa. E, claro, quais serão as consequências de uma vitória dela sobre o câncer. No primeiro caso, a situação do governo é complicada. Há dois anos Lula trabalha o nome dela para ser sua candidata. Não existe plano B - principalmente porque há uma tese majoritária na base de que o governo deve ter apenas um candidato, com todas as suas forças unidas. A eleição de 2010 é atípica. Será a primeira desde a redemocratização do país sem Lula concorrendo. A falta de um Lula leva à seguinte situação: o governo é, mesmo hoje, em plena crise, fortíssimo; Lula é cabo eleitoral de luxo; mas o líder nas pesquisas de intenção de voto é o governador José Serra (PSDB), de São Paulo, principal figura da oposição. Ou seja, para superar Serra, o presidente precisa de um candidato bem construído, conhecido nacionalmente, que capitalize todo o patrimônio de aprovação do governo e consiga transformar isso em votos. Dilma vinha nessa construção. Mas Lula precisa de tempo, caso tenha que substituí-la. Por isso, aproveitará os próximos meses para, no mínimo, testar nomes com potencial para ser o plano B. Não se surpreendam se Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, aparecer como opção. Dito isso, deve-se pensar na superação. Se Dilma conseguir a cura, isto, involuntariamente, poderá torná-la ainda mais forte como candidata. (leia mais)

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